Depois eu nasci, né? Já vos contei que aqui a cozinha é diferente, já cabem duas ou três pessoas em simultâneo sem ser preciso tirar o triciclo do caminho (e o meu parque, e os meus livros, e a cadeira onde como, que também tem uma mesinha, e os meus tachos). Mas agora a mãe não tem tempo para dar nomes às plantas. Não percebo bem porquê, pois até me porto bem e sou giro e tudo... Vai daí, agora cá em casa só se põe nomes nos bonecos. Exemplos.
Há o Tolo, que é um automobilista que conduz o meu fórmula um preferido; há o fantoche Basílio; há o Inácio, um boneco que a mãe fez quando estava a forrar umas almofadas para a sala e descobriu que eu ficava doido com o padrão do tecido...
Todos os meus bonecos têm mazelas, acho que é por não sermos ricos. O Tolo só faz barulho quando lhe apertam a barriga de mola, quando é mais do que evidente que, se tem um obstáculo à frente, tinha mais é que apitar sozinho. O Basílio é um pinguim que está nitidamente avariado: precisa o coitado do mano de pôr a mão dentro do pêlo para o boneco funcionar e mexer e coisa e tal e dizer olá (por falar nisso, aposto que a mãe o pôs a lavar outra vez, que eu não o vejo). Já o Inácio, desde sempre tem uma hérnia, causada pelo mau enchimento das almofadas que a mãe usou para lhe pôr na barriga.
O meu vizinho da frente, que nasceu estava eu a fazer um ano, um dia destes há-de conhecer esta malta toda. Chama-se Gui. A minha tia e o meu tio também vão ter um Gui, que vai nascer quando a tia deixar de estar barriguda.
Se me estragam os brinquedos, levam.
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