domingo, 30 de maio de 2010

Rapsódias

Há bebés que adormecem em qualquer lado. A quem se pode mudar a fralda que continuam a dormir. Que mudam de pijama, comem, trocam de quarto, vêm do carro até casa sempre a dormir. Os que adormecem assim que o carro começa a andar.
Eu nunca fui assim. Posso até já ter fraquejado numa viagenzinha maior e ter experimentado umas quantas camas mais exóticas, tipo a masseira do pão da avó, mas não sou propriamente de sono fácil.
Para eu fechar a pestana ou puxam o rabo ao rato ou cantam uma série de canções a que já me habituei.
O pai, por exemplo, canta Xutos. Quando começa o "quero-te tanto" já eu estou mais pra lá do que pra cá. Outro exemplo, a avó: nunca repete o mesmo embalo e normalmente inventa as letras todas para eu me baralhar. Enquanto franzo o sobrolho e tento descortinar que canção é aquela, lá vou ganhando sono...
Já a mãe é mais monótona: sempre a mesma rapsódia.
Primeiro é "Naquela linda manhã". Depois vem "O balão do João", "No alto da montanha" e o "moinho". Depois, a música do Vitinho. E a do Topo Gigio é para terminar.
É certo que às vezes não durmo. E ao fim de duas repetições continuo sem dormir. Mas quando ela começa a cantar Onda Choc pergunto-me se estará boa da cabeça...

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