Vai daí, resolvi gritar todos os dias à chegada e choramingar todos os dias à saída. Se é certo que quase tudo na vida se consegue com birras, estava a ver se a mãe guinchava um alargamento da licença de maternidade dela em frente à Segurança Social, que eu não me importaria nada de ficar em casa mais uns meses a ler livros.
Mas o que aconteceu é que a malta não se comoveu e passou àquilo que eu vi logo que era o plano B: à porta da creche, zuca!, fugiam da minha vista, e quando eu olhava para o 'Bolhas' (é o peixe lá do colégio) - para ver se ele estava vivo, e coisa e tal, e as bolhinhas - já eles se tinham escapulido deixando-me no meio dos vândalos.
Claro que vocês não sabem, porque não me conhecem, mas eu sou esperto também, do mais esperto que apareceu na colheita de 2009, e tratei de arranjar o meu próprio plano B. Transformei o infantário num "infectário" e passei a adoecer a cada três dias: dois dias doente, um dia de creche, dois duas doente, um dia de creche. Remédio santo! Passava mais tempo em casa que na escola, e a missão estava cumprida.
Claro que a mãe e o pai andavam podres, e o mano não me podia ouvir, mas vi a pediatra mais vezes num mês que em toda a minha vida, apareceram os avós para cuidar de mim semanas seguidas, pegavam-me ao colo 500 vezes por noite para ver se eu não me engasgava... foi uma felicidade! Por isso não percebo porque é que, passado algum tempo, a coisa mudou, mas o que aconteceu é que mesmo com tosse ia à escola.
Bem vistas as coisas, quer eu fosse quer não fosse ao colégio, os meninos estavam lá sempre. Então comecei a achar que era engraçado poder brincar com eles, e deixar que eles me arrancassem os óculos, e comermos juntos com as mãos, e chorarmos todos ao mesmo tempo para a educadora se passar... E querem saber? Agora até acho giro! Tenho trabalhos para fazer, livros para roer, filas para ir para o refeitório, tantas regras! Mas gosto! E o bicho que volta e meia ainda me faz andar doente já pode ir para casa dele, sim? Vírus inteligentes percebem quando estão a mais, e eu agora já não preciso, obrigada, mas passem bem.
Perceberam??!
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