sexta-feira, 2 de julho de 2010

Rosetas

Já vos contei noutra altura que eu e o pai pertencemos ao grupo dos que não coram cá em casa sem estarem a correr. A mãe e o mano chegam a ficar encolhidos (imaginem, eles, que são tão grandes, pequeninos), só porque alguém disse alguma coisa de bom, de mau, de mais-ó-menos, sobre eles. Diz a mãe que às vezes nem sabe onde se enfiar quando lhe acontece ficar parecida com os pimentos da mercearia nova que abriu aqui na rua. E o mano normalmente desaparece da nossa vista quando alguém chama a atenção sobre a cor das bochechas.
A mãe bem costuma perguntar "você num tem vergonha de tar todo porco?", quando acabo de comer, ou "você num tem vergonha de fazer um cocó tum grande", quando... pronto, vocês sabem quando, mas ela sabe bem que não.
Digo sempre adeus aos senhores que chamam o meu nome, ponho o meu ar mais aplicado quando me perguntam se corro é prà escola e nem quando vou para o colo da minha educadora me descomponho.
Ah!, se calhar ainda não vos disse, mas eu tenho uma educadora nova. Ainda não a abraço forte como fazia com a antiga. Mas já deixei de chorar.
Sabem... não ser envergonhado não significa que às vezes não tenha vontade de me enfiar num buraco.

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