Nos bancos do jardim, por exemplo, formam-se entre as repas de madeira teias de aranha que gosto de apanhar com a mão toda e comer. Pois, não posso.
Os buracos das sarjetas, rectângulos de metal, cheios de papelinhos de cores diferentes, têm aqueles paus amarelos que os senhores atiram para o chão depois de fumarem os cigarros. Pois parece que são lixo. Não lhes posso tocar.
Já as cercas do parque significam que não posso passar. As saídas do ar condicionado, que não posso bater, e as frentes dos automóveis por onde passo na rua, que têm buracos cheios de insectos esmigalhados, parece que não, que não devo lamber.
Quando preciso de passar para o café, aquele que fica do outro lado da rua, já sei que nunca me deixam seguir em frente. Mandam as regras das riscas que só ao colo se passa por cima da zebra. É como porem-nos uma seta à frente e nos prenderem com uma trela.Parecido com esta treta do oscilobatente. Tenho de passar para a varanda: sente-se fresquinho, vê-se uma frincha, mas vai-se a ver e o Riq não cabe na frincha.
Um dia vingo-me. Tenho mesmo de aprender a dizer "não".
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