terça-feira, 15 de junho de 2010

Pães

Parece que sou filho do padeiro. Quer dizer, o meu pai não é padeiro, mas a mãe às vezes atira umas frases prò ar, e eu, que já tenho quase muitos meses, ponho-me a pensar.
Os pezinhos dos bebés são sempre tão lindos cuchicuchi e tão perfeitinhos, não é? Não! Eu nasci com os dedos encavalitados. Quando era canito, costumava encontrar a malta mais cá em casa (que é onde andamos descalços e o pai põe aqueles chinelos verdes-alface). Como quem não quer a coisa, os meninos tinham por hábito reunir-se em cercadura para ver os dedos "tortos!" do bebé e os crescidos agarravam, e diziam que "é lindo na mesma", enquanto me alisavam e asseguravam que aquilo depois ia "ao sítio". Pois, não foi. A mim tanto me faz ter os dedos passados a ferro ou assim, desde que tenham a amabilidade de os morder e fazer cócegas de vez em quando.
Ora, se os meus pés não têm nada de igual, no cabelo, por exemplo, estou cada vez mais parecido com ele. O pai-pai! Este, cá de casa.
Ele tem caracóis, sabem, mas nao se pode comer os caracóis do pai, nem com cerveja nem com trinaranjus, porque sabem a pêlos. Eu sei, que já experimentei. É melhor esperar um bocadinho e pedir papa à mãe.
Isto dá que pensar, não dá? Enfim... nunca mais o avô volta para me levar a passear ali ao café! Podia ser que me cruzasse com o senhor que amassa as vianinhas...
É só uma dúvida que eu tenho.

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