Anda sempre a fugir e a esconder-se. Debaixo dos móveis da casa de banho. Na garagem, ao pé das cebolas. No chão da varanda a entrar prà cozinha.
O Dário gosta mais do meu pai. A mãe grita quando vê o Dário, e diz "iarch!", e batebatebate com uma revista até o Dário desaparecer. O pai normalmente pega numa folha de papel e sopra para o Dário voar.
Quando eu era mais pequeno, não via as coisas assim. Um dia eles vieram e disseram à mãe e ao pai que tinham de me operar. Estavam com ar sério, a ver se podiam tentar.
Hoje gosto de soprar o cotão dos cantos. Vejo bem as bolas de sabão. Brinco com as migalhinhas, espalho os grãos de arroz. E conto as perninhas do Dário. Oito, de cada lado. Fininhas, sem sapatos.
Se não tivessem mais meninos, bem que essa malta podia vir ajudar-me a procurar as formigas que entraram para a mochila enquanto eu estava entretido. Afinal, aquelas lupas todas hão-de servir para alguma coisa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário