sábado, 28 de agosto de 2010

Via verde

Em casa não gosto de ver ninguém com a porta fechada. Agora que aprendi a dar aquele jeito aos puxadores, tenho mostrado à malta que não há segredos para ninguém. E que mesmo a casa de banho, até quando a mãe está ocupada, é um bom sítio para fazer um puzzle ou para enfiar aquelas formas nos buracos.
Claro que eu, por ser eu, posso entrar e fazer companhia, porque sou assim importante. Já o mano tem de ficar lá fora, o pai tem de esperar a vez dele e os avós nem tentam: vão lendo as revistas todas sentados no sofá até que ela se despache.
Quando vamos no carro e os outros estão parados - vêm quando passamos depressa por baixo das portagens? -, acontece o mesmo. Desiludam-se: não tem nada a ver com aquela caixa cinzenta que o pai lá tem colada, onde nem um boneco verde aparece. É tudo porque eu vou lá dentro.
Experimentem olhar para os carros em fila e ver se eu estou sentado em algum.
Não, pois não? Pois...

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