quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Jogo

As bolas que não são nossas parece que deslizam sempre melhor. No outro dia no parque, estava eu a brincar com o Fefas, e veio uma menina ver se lhe tirava a bola. Eu bem lhe dizia que não, que brincar com as coisas dos outros não pode ser. Que aquela bola se era de alguém era minha, apesar de ser a do Fefas. Ele gritava para lha passar e eu só queria explicar que não dava para emprestar, que se a levasse para a minha casa, juntava-a às outras e era melhor.

O Fefas gritava que gritava, e eu abraçava a menina, que devia estar triste, pois bem, que eu estou nessa fase e ela também gostava, por eu não lhe emprestar a bola. E dava-lhe beijinhos e deixava-a dar abraços, sempre com a bola do Fefas na minha mão.

Quando saímos do parque, o Fefas, zangado comigo, levava a bola que a menina queria. E eu, preocupado com o jogo, apanhava do chão um pauzinho. Ficou com ele a mãe, a fazer de apito, que é preciso haver sempre um árbitro, quando os ânimos se exaltam.

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