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Abraço
Mil e uma coisas que precisas de saber antes de crescer (Por Riq Afonso)
1. Se gostas de abracinhos e beijocas, experimenta fazer... coisas. Articular uma palavra, por exemplo, dá um "Liiindo!" e um abraço. Comer a sopa toda dá um "Muito beeeem" e quiçá uma castanha cozida depois do arroz. E ganhas beijinhos extras toda a manhã se acordares poucas vezes durante a noite.
2. Eles gostam que saibamos fazer, mas não nos ensinam tudo. Aprendam comigo. Levam-nos aos treinos de goalball e tal, e dizem tão bem de nós quando fazemos de apanha-bolas que nos convencemos de que tudo é simples. Mas nada de tentar trazer aquelas coisas para casa: além dos guizos que têm dentro (toda a gente nota, quando as desviamos), são tão pesadas, tão pesadas, que mesmo que as consigamos trazer até ao carro não haverá meio de nos safarmos com um pontapé só quando for para os golos. Mais vale esperar, crescer, e só então tratar do assunto.
3. Outra coisa: abrir e fechar as portas. A mãe faz, o pai faz, o mano faz. Nós, que somos crescidos, também sabemos. É só esperar que ela saia para a varanda e, zumbas!, fecha-se a porta atrás dela. É perra, sim, eles nunca irão adivinhar que temos força para isso, e toca a surpreendê-los. Claro que depois para voltar a abrir é mais complicado, e ela tem de gritar por ajuda para quem passa no passeio (já vos disse que vivemos no 8.º?), o vizinho tem de ir buscar a chave ao pai que foi jogar e não está na cidade, e nós fechados na cozinha com a mãe lá fora também não ficamos contentes, mas é o preço a pagar por mais um abraço.
PS - Desde o incidente desta manhã com a varanda que os vizinhos têm a nossa chave de casa. Pelo desespero e pela rapidez com que se decidiu a isso, muito em breve a mãe deve dar-lhes também a do carro e a da mota (tudo para o caso de ser preciso, como ela dizia enquanto agradecia e abanava as mãos). Alguém me diga, por favor, onde escondo as chaves de fendas de que o pai precisa para me meter as pilhas nos brinquedos...
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