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O quarto deve estar exposto à "luz enérgica do Sol", leu em voz alta, enquanto comia um pudim e dizia que não devia. Confere. Parece que a tal energia se chama
chi e simboliza o futuro, representa o crescimento e, bem vistas as coisas, sou o mais pequeno cá de casa, portanto é bom que façamos algo por isso. Como é uma energia "activa", diz aquele livro com poucos bonecos que é preciso fazer umas quantas alterações, para um "ambiente calmo e propício a um sono descansado".
Ora, está-se mesmo a ver: já não basta depositarem-me na creche, ainda querem que me entretenha a dormir a noite TODA sem os chamar para me fazerem companhia. Enfim, nem queria acreditar, mas continuei a ouvir.
A cabeceira da cama precisa de estar virada para norte, posição que aumenta a sensação de paz e tranquilidade, "ideal para insónias" (estou feito). Os cortinados devem ter tonalidades mais suaves e
yin, portanto os meus, vermelhos, bué da giros, que escolhemos juntos no Ikea, vão servir para forrar peluches. A cobertura da cama já não serve, precisa de ser mais
yang, mas as estrelas do tecto, que "introduzem a energia do fogo, que acalma a energia da árvore do Este", parece que podem ficar.
Pode ser impressão minha, mas com tanta leitura de
chis,
yins e
yangs, ela que gosta de línguas deve andar a treinar chinês. Só isso explica que de noite, quando normalmente só suspira e diz mal da vida dela, da trigésima vez que a acordei para vir ao meu quarto e me dar colinho, não só não tenha visto a cómoda onde deu um chuto com os dedos dos pés descalços como me tenha ensinado mais umas quantas palavras.