quarta-feira, 23 de março de 2011

Ganchos

Quando está a escrever na agenda e a falar ao telefone de pé, inclina a cabeça de lado, segura o auscultador com o ombro e marca lá as idas ao cabeleireiro e as consultas e tudo o resto.
Quando está a cozinhar e atrasada porque já passou a minha hora e devia estar a jantar, encaixa-me nas ancas, às vezes na beirinha da banca que tem a loiça a escorrer, e lá vai cortando as couves e as batatas enquanto eu choro e não compreendo porque preciso de esperar pela sopa quando posso perfeitamente comer pão.
A meio da noite, quando acontece a cama precisar de ser feita de lavado porque eu estou ensopado em chichi, segura-me com uma perna esticada em cima do muda-fraldas (não vá atirar-me por estar meio a dormir e obviamente a gritar por ela) enquanto troca os lençóis, e o resguardo, e a cobertura, e a almofada, e os bonecos caso tenham ficado molhados.

Não gostando eu de fazer má figura e havendo hipótese de treinar, pois que treino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário