quinta-feira, 31 de março de 2011

Pápis

Sei fazer sóis, casas, nuvens, barcos com piratas, helicópteros da Força Aérea e esquemas complexos de contadores trifásicos.
Agora não me parece que tenha de explicar tudo.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Vez

Não é por nada, mas eu cheguei primeiro.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Gombby

Gosto tanto daquilo que sou capaz de ver umas trinta vezes seguidas. E depois disso, continuo a conseguir.
Eles não.

sábado, 26 de março de 2011

sexta-feira, 25 de março de 2011

Querido Senhor Doutor Anestesista:
Olá, tudo bem? Eu sou o Riq.
Puseste-me uma pica no pé ontem e eu zanguei-me contigo, lembras-te? Sou esse Riq.
Era para te pedir mais daquela coisa. Diz a mãe que dormi a noite toda e que até tem a sua piada.
Já agora, se entretanto falares com ela, diz-lhe para fazer menos barulho quando vier ver se estou a respirar.
Obrigado.
Riq

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ganchos

Quando está a escrever na agenda e a falar ao telefone de pé, inclina a cabeça de lado, segura o auscultador com o ombro e marca lá as idas ao cabeleireiro e as consultas e tudo o resto.
Quando está a cozinhar e atrasada porque já passou a minha hora e devia estar a jantar, encaixa-me nas ancas, às vezes na beirinha da banca que tem a loiça a escorrer, e lá vai cortando as couves e as batatas enquanto eu choro e não compreendo porque preciso de esperar pela sopa quando posso perfeitamente comer pão.
A meio da noite, quando acontece a cama precisar de ser feita de lavado porque eu estou ensopado em chichi, segura-me com uma perna esticada em cima do muda-fraldas (não vá atirar-me por estar meio a dormir e obviamente a gritar por ela) enquanto troca os lençóis, e o resguardo, e a cobertura, e a almofada, e os bonecos caso tenham ficado molhados.

Não gostando eu de fazer má figura e havendo hipótese de treinar, pois que treino.

terça-feira, 22 de março de 2011

sábado, 19 de março de 2011

Prenda

Não fiquei mal de todo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Tarefas

Lá na escola, quando não estamos a fazer actividade física extenuante, passamos o dia com trabalhos manuais. Ao aproximar-se uma data especial, normalmente não nos deixam tão à vontade com os materiais e controlam tudo muito bem para ter a certeza de que não amarrotamos o cartão de boas festas, que não comemos o bolo-rei ou que não arrancamos as pétalas à florzinha para dar as boas-vindas à Primavera.
Hoje que é véspera de Dia do Pai, convidei-o para vir à festa que eu preparei, para lhe dar a prenda que lhe fiz e lhe cantar a canção que canto bem. Claro que desconheço a letra, a festa foi a Rosa e a Liliana que arranjaram tudo e a prenda... não faço ideia.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Ajuda

A minha parte.

quarta-feira, 16 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

Risada

... e depois ela pediu um quarto de águas sem gás e ele trouxe um copo de água enchido até um quarto.

domingo, 13 de março de 2011

sábado, 12 de março de 2011

Ataque

Mil e uma coisas que precisas de saber antes de crescer. Por Riq Afonso (Já algum tempo que não actualizava o Manual)
Rottweilers ou tubarões, os animais assustadores têm mais medo de nós que nós deles. Reparem bem como nos afastam quando vamos a correr para eles.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Aquário Vasco da Gama

Os verme-lhinhos são "peixes". Os verdes, malhados, sara-pintados... "peixes". Os polvos, lulas, cavalos-marinhos... "peixes". As tartarugas: "peixes". E aquele grande de barba, óculos e tubo na boca... "peixe".

quarta-feira, 9 de março de 2011

Leopardo II

Agora imaginem alguém entrar na cozinha sem estar a contar...

terça-feira, 8 de março de 2011

Leopardo

No outro dia fui assim para a escola. Claro que a minha educadora, quando me viu, cheia de medo, ficou logo com o cabelo branco, assim como o da Branca de Neve.

sábado, 5 de março de 2011

Cordas

A casa dos avós do Cacém tem um relógio de parede. Toca uma música quando são horas certas e como gosto de ouvir a música tocar nunca se pode ver as horas por aquele relógio.
Acontece o mesmo com o meu carro: faço birra para sair com ele e quando dou conta lá está a mãe a enfiá-lo no porta-bagagens. Carro que se prezasse ia de camião, preso pelas rodas. E tinha matrícula. E porta e chave. E seria tão grande que quando a mãe fizesse birra podia levar o carro dela na minha mala para a levar a passear.
Mas não. Não cabe. Tal como o relógio não toca. E o telemóvel a fingir não funciona. E tentamos ligar à avó e não dá. E depois querem que andemos bem-dispostos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Tampas

Desculpem lá, mas se não é mesmo para comer, por que raio (desculpa lá, mãe) me metem a pasta de dentes na boca?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Garras

Os livros que me oferece a malta que vai lá a casa com sacos normalmente não fazem barulho. Até concordo que se possa aprender muito a olhar para os bonecos no papel, mas é fácil de perceber que há programas da televisão que não só têm muito mais informação como são muito mais divertidos.
Em mostro: as páginas dos gatos não correm atrás dos búfalos para lhes morderem o pescoço (assim como faz o pai e a mãe quando cheiro bem depois do banho); não se rebolam no chão a menos que eu próprio faça girar os livros que escorregam melhor; e nunca, mas nunca, vi um sequer que fique com a boca suja com aquela tinta vermelha a menos que eu consiga encontrar aquele marcador difícil de sair da minha roupa com que a mãe marca os frascos.
Então, quando a televisão que está na cozinha resolve dar os Predadores da National Geographic, parece-me normal que me distraia e coma. O que quer que me metam no prato. Não quer dizer que goste da sopa, ok?

terça-feira, 1 de março de 2011

Canja

Decorar os nomes da malta quando se tem uma família grande não é tão difícil como parece. Para fazer boa figura com o álbum à frente é só saber o nome dos mais importantes e apontar os outros dizendo "a-li" quando me perguntam onde estão.
Depois, é por exclusão de partes: se estão todos a olhar para a frente e a mostrar os dentes, basta procurar o menino de lado, ou de costas, ou aqueles joelhos das calças sujas com lama... e aí, pronto, já sei onde estou eu.

Prioridades

Dizem que à medida que crescemos deixamos de ser tão importantes para eles. Não é nada que tenha lido em lado nenhum, até porque ainda não leio grande coisa, mas é mais do que evidente que quando passamos os dois anos e os (digamos) trezentos brinquedos já não olham para o que pedimos da mesma maneira.
Senão, reparem: a mota que os avós me deram nos anos está arrumada desde então. Tinha os pedais de tal maneira soltos que por muito que tentasse apoiar os pés lá em cima aquilo rodava e rodava e rodava, e eu claro que assim não conseguia andar. Coisa simples, resolvia-se certamente com a cola que o avô compra em packs de três ou então com uma ajudinha do senhor com barbas que aspira o carro quando a mãe diz que tem vergonha de dar boleia às amigas para ir lá à vida dela.
Claro que, como não parece importante, fica logo para segundo plano. Já o buraco que os ladrões fizeram na porta do carro dela para roubar a mala com os cremes foi logo tapado. Não é por nada, mas aí já havia tempo para ir à oficina...