sábado, 30 de abril de 2011

Manteiga


Não tenho fotos. Na altura, ela até nem achou grande piada. Mas foi assim como na areia da praia, quando lá vamos para fazer castelos. E não percebo, mãe - francamente não percebo -, porque não podemos fazer biscoitos mais vezes.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Avanços


Parece-me óbvio que o cinto de segurança já dá para mim. Fico preso, claro. Sim, mãe, não te preocupes. Prende na perfeição. E sou tão alto, tão alto que posso perfeitamente ir à frente. Isso, pai, sem cadeirinha. Confia. Ela deixa. Onde vamos?

terça-feira, 19 de abril de 2011

Apanha


Mil e uma coisas que precisas de saber antes de crescer (Por Riq Afonso) Parte tantas

Nos dias em que a empregada vem a tua casa, pode acontecer que não volte a encaixar bem a prateleira do frigorífico depois de o limpar. Caso caia ao chão, e parta os frascos que estavam na porta, fixa duas coisas:
1. Não te rias. Eles não acham piada e olham-te de lado.
2. E não comas as azeitonas que estão no chão no meio dos vidros. A avaliar pelo grito, é mais que provável que estejam guardadas para algum jantar importante.

Cuidados


Sei bem que ela já não me dá a atenção toda, como fazia quando eu era pequeno e estava com ela em casa. De tal forma que hoje íamos na garagem quando notou as minhas meias azuis, os meus pés no chão, e os sapatos que tinham ficado à porta.
Mas vê, mãe, que tenho razão: se fosses mesmo comigo descalço até à escola, talvez ninguém reparasse no batom que trazias nos teus dentes grandes da frente...

sábado, 16 de abril de 2011

Equipamento

Querida senhora Cegonha,
Olá, tudo bem? Eu sou o Riq.

Trouxeste-me sem dentes (junto foto da época: lembras-te?), mas agora tenho. E lavo. E quando não quero lavar é porque tenho outras coisas importantes para fazer. Ver o Mickey e assim.
Mas pronto. Escrevo para te dar uma dica.
Aquelas amígdalas que me meteste na garganta, parece que vão operar e tirar. Como é um equipamento que vem de série, se calhar – e isto é só uma ideia – podes começar a fazer bebés sem elas. Depois se as mães quiserem, compram. Assim não desperdiças, fazes como a avó, quando não enche o prato de papa muito até acima. Para não se estragar.

E se tiveres alguma influência lá no senhor que faz os Renaults (vocês vivem todos na mesma terra, aposto que se cruzam numa nuvem qualquer), faz favor diz-lhe para meter, isso sim, ar condicionado nos carros todos. É que andar com a mãe já não se pode. E isso, sim, fazia sentido vir de série.

Agradecido, até qualquer dia.
Riq

sábado, 9 de abril de 2011

Patinhas

Estive tanto tempo com aquilo que no final da festa a mãe dele me disse que o podia trazer. Claro que não podia acreditar.
Quando cheguei a casa, fiz como aprendi: cheira a brinquedo, sabe a brinquedo... e não é que é mesmo o brinquedo?

terça-feira, 5 de abril de 2011

Raio X

O médico mandou tirar a camisola com botões e fazer aquelas fotografias. Virar para um lado e abrir a boca, virar para o outro com boca fechada. Como se a boca funcionasse sem ser para comer ou para gritar por eles.

Depois havia luzes e botões, e as senhoras simpáticas lá fechadas naquela casinha com as máquinas e os botões a dizer "não respira" (eu tinha mesmo de ver onde elas estavam).


Quando dei por mim, já tinha o pai mais duas a segurar, uma a praguejar - porque não se mandam "crianças desta idade fazer aquilo" - e um cão - sim, alguém foi buscar um cão - para me chamar a atenção.


Pai, vá admite, foi giro. Quando repetimos?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Cu-cu

Horas nisto.